15 de set. de 2013

A Última Geração

A Última Geração



O Ritual do Santuário
 Autor: pastor Milian Lauritz Andreasen.
Segunda Edição
4º Milheiro
1948
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Santo André, E. F. S. J. São Paulo
Titulo original em inglês:
THE SANCTUARY SERVICE
Digitação e Diagramação:
S. J.

Apresentação:
M. L. Andreasen, (1876-1962) foi um teólogo, pastor e autor Adventista do Sétimo Dia. 
Foi um dos teólogos mais importantes e influentes da igreja durante os anos 1930 e 1940. Promoveu o ensino popularmente conhecido como Teologia da Última Geração. Andreasen atuou como presidente da Grande Conferência de Nova Iorque (1909 - 1910), presidente do Seminário Teológico de Hutchinson (1910 - 1918), diretor da Atlantic Union College (1918 - 1922), reitor Washington Missionary College (hoje Universidade Adventista de Washington) (1922 - 1924), presidente da Conferência de Minnesota (1924 - 1931), presidente da Union College, Nebraska (1931 - 1938), e secretário de campo da Conferência Geral (1941 - 1950). Ele ensinou no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia (agora localizado na Universidade Andrews) 1937-1949, e foi reconhecido como um estudioso líder denominacional na expiação e temas relacionados.
Andreasen tornou-se conhecido por seus protestos contra os líderes da Igreja Adventista durante os últimos anos de sua vida. Sua disputa com a igreja estava sobre a teologia da expiação e da humanidade de Cristo, que foi expressa em 1957 no livro Questions on Doctrine (QOD). Andreasen argumentou que o livro estabeleceu uma mudança sinistra na Teologia Adventista do Sétimo dia. Andreasen pediu que o livro QOD não fosse publicado, e argumentou extensivamente com os líderes da igreja para corrigir as idéias equivocadas. A igreja revogou suas credenciais ministeriais em 1961, mas reintegrou-o postumamente a sua morte em 1962.

Um dos capítulos do livro - O Ritual do Santuário tem por titulo:
A Última Geração
Esse capítulo se estende desde a página 198 a página 213.

A Demonstração final do que o evangelho pode operar na humanidade e em favor dela, está ainda no futuro. (Apoc 14:1-4). Cristo mostrou o caminho.
Já “Teria sido uma quase infinita humilhação para o Filho de Deus, revestir-Se da natureza humana mesmo quando Adão permanecia em seu estado de inocência, no Éden. Mas Jesus aceitou a humanidade quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado. Como qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade. O que estes resultados foram manifesta-se na história de Seus ancestrais terrestres. Veio com essa hereditariedade para partilhar de nossas dores e tentações, e dar-nos o exemplo de uma vida impecável”.  (O Desejado de Todas as Nações, pág. 49).
"A humanidade de Cristo estava unida à divindade; estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo. E veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto a Ele estivermos ligados pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós". (O Desejado de Todas as Nações, pág. 123).
Os homens devem seguir-lhe o exemplo e provar que o que Deus fez em Cristo, pode efetuar em todo ser humano que a ele se submete.
“Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter e Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus”. (Parábolas de Jesus, pág. 69).
Quando isso se realizar, virá o fim. Deus terá cumprido seu plano. Ter-se-á mostrado verdadeiro, e Satanás mentiroso. Será reivindicado seu governo.
 “Desde o início do grande conflito tem-se ele [Satanás] esforçado por provar que os princípios pelos quais Deus age são egoístas, e da mesma maneira ele considera a todos os que servem a Deus. A obra de Cristo e a de todos os que adotam o Seu nome, tem por fim refutar esta pretensão de Satanás”. (Educação, pág. 154).
 “Apesar de ter Cristo ganho uma vitória incalculável em favor do homem, vencendo as tentações de Satanás no deserto, esta vitória não lhe será de nenhum benefício, a menos que ele também ganhe a vitória por sua própria conta”. (No Deserto da Tentação pág.77).
 “Deus é amor. Demonstrou Ele este amor na dádiva de Cristo... Mas o amor de Deus não O leva a desculpar o pecado. Não o desculpou em Satanás; não o escusou em Adão ou em Caim; nem o desculpará em qualquer outro homem. Não tolerará nossos pecados, e não passará por sobre nossos defeitos de caráter. Espera que vençamos em Seu nome. (Parábolas de Jesus pág. 316).
É hoje ensinada no mundo muita doutrina espúria a respeito da santidade. Acham-se, de um lado, os que negam o poder divino para salvar do pecado. Do outro, há os que ostentam sua santidade diante dos homens e querem fazer-nos crer que estão sem pecado. Contam-se entre a primeira classe, não só descrentes e cépticos, mas também membros da igreja cuja visão não inclui vitória sobre o pecado, mas transigência com ele. De outra classe fazem parte os que não tem conceito exato do pecado nem da santidade divina, e cujo a visão espiritual se acha tão obscurecida que não podem ver suas próprias faltas, e daí se creem perfeitos. Suas ideias acerca de religião são tais, que seu próprio entendimento da verdade e retidão é superior ao revelado na palavra. Não é fácil decidir qual o erro maior.
Que a bíblia inculca a santidade é incontestável.
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espirito, corpo e alma, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do senhor Jesus Cristo”. (I Tess, 5:230. “Segui a paz com todos e santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. (Heb, 12:14). “Porque essa é a vontade de Deus a vossa santificação” (I Tess, 4:3).
O termo grego hagios em suas varias formas, é traduzido: “santificar”, “santo”, “santidade”,  “santificado”, “santificação”. Emprega-se o mesmo vocábulo para ambos os compartimentos do santuário, e significa aquilo que é posto a parte para Deus.
A pessoa santificada é a que é posta a parte para Deus, e cuja vida toda está dedicada a Ele.
O plano de salvação tem de incluir necessariamente não só o perdão do pecado, mas também a restauração completa. Salvação do pecado é mais do que perdão do pecado. Perdão pressupõe pecado e é concedido sob condição de o abandonarmos; santificação indica libertação de seu poder e vitória sobre ele. O primeiro é um meio de neutralizar o efeito do pecado; a segunda é restauração do poder para alcançar a vitória completa.
 “A religião de Cristo significa mais que o perdão do pecado; quer dizer que o pecado é tirado, e que o vazio é preenchido com o Espírito. Quer dizer que a mente é divinamente iluminada, que o coração é esvaziado do próprio eu, e cheio da presença de Cristo”. (Nossa Alta Vocação, pág. 149).
O pecado como algumas moléstias, deixa o homem em estado deplorável – abatido, desanimado, desalentado. Tem pouco controle sobre a mente, falta-lhe força de vontade e, com as melhores intenções, não pode fazer o que é correto. Julga não haver esperança. Sabe que a si mesmo cabe a culpa, e o remorso enche-lhe a alma. Aos males físicos, junta-se a tortura da consciência. Sabe que pecou e que é culpado.  Não se compadecerá alguém dele?
Chega-lhe então o evangelho. Prega-lhe as boas novas. Embora seus pecados sejam como a escarlata, tornar-se-ão brancos como a neve; conquanto vermelhos como a carmesim, serão como a branca lã. Tudo está perdoado. Ele está “salvo”. Que maravilhoso livramento esse! Seu espírito está em paz. Não mais o atormenta a consciência. Foi perdoado. Seus pecados foram lançados no fundo do mar. Transborda lhe o coração de louvor a Deus por sua bondade e misericórdia para com ele. Assim como o navio avariado, rebocado ao porto está salvo mais não são, assim o homem está salvo mais não são. É preciso reparar o navio antes de se poder declara-lo em condições de navegar. A esse processo de restauração se chama santificação, concluída a obra o homem é “santo”, restaurado a imagem divina. Na bíblia tanto o processo como a obra terminada são denominado santificação. Por esse motivo os irmãos são chamados santos e santificados embora não tenha alcançado a perfeição. (I Cor, 1:2; II Cor, 1:1; Heb, 13:1). Quem lê as epistolas aos Coríntios, logo se convence de que os santos mencionados tinham suas faltas. Apesar disso, diz-se que são “santificados” e chamados “santos”.
O motivo é que “a santificação não é obra de um momento, de uma hora, de um dia, mas da vida toda. Não se alcança com um feliz voo dos sentimentos, mas é o resultado de morrer constantemente para o pecado, e viver constantemente para Cristo. Não se podem corrigir os erros nem apresentar reforma de caráter por meio de esforços débeis e intermitentes. Só podemos vencer mediante longos e perseverantes esforços, severa disciplina e rigoroso conflito. Não sabemos quão terrível será nossa luta no dia seguinte. Enquanto reinar Satanás, teremos de subjugar o próprio eu e vencer os pecados que nos assaltam; enquanto durar a vida não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: "Alcancei tudo completamente". A santificação é o resultado de uma obediência que dura a vida toda". (Atos dos Apóstolos págs. 560 e 561).
Um homem que era escravo do fumo e alcançou vitória sobre o vicio, o fumo deixou de ser uma tentação para ele. Já não mais o atrai. Nesse ponto está santificado. Assim como se tornou vitorioso sobre uma tentação, pode ser vitorioso sobre todo pecado. Terminada a obra e alcançado o triunfo sobre o orgulho, a ambição, o amor ao mundo e todo mal, estará pronto para a trasladação. Estará salvo e são. Deus terá terminado nele a sua obra. Estará completa a demonstração do que ele pode fazer com a humanidade.
Assim sucederá com a última geração que vive sobre a terra. Por meio dela Deus efetuará a demonstração final do que pode fazer com a humanidade. Tomará os mais fracos dos fracos, os que levam todos os pecados dos seus antepassados e neles revelará o seu poder. Estarão sujeitos a toda tentação, mas não cederão. Provarão que é possível viver sem pecar. Será evidente a todos que o evangelho pode, com efeito, salvar plenamente. Deus será achado verdadeiro em suas palavras.
 “Enoque e Elias são representantes corretos do que a vida pode ser, por meio da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Satanás ficou grandemente perturbado porque estes homens nobres e santos eram imaculados no meio da corrupção que os cercava, formando caráter perfeitamente justo e sendo considerados dignos da trasladação para o Céu. Ao permanecerem firmes em poder moral, na justiça enobrecedora, vencendo as tentações de Satanás, ele não podia colocá-los sob o domínio da morte”. No Deserto da tentação, pags. 31,32.
 “Enoque representa os que ficarão sobre a Terra e serão trasladados sem experimentarem a morte. Representa o grupo que deverá viver entre os perigos dos últimos dias, aqueles que serão rodeados de toda corrupção, vileza, pecado e iniquidade, mas ainda assim se manterão imaculados”.
(Review and Herald, 19 de abril de 1870).
 "Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no santuário celestial deverão sem mediador estar em pé na presença do Deus santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles ser vencedores na batalha contra o mal". (O Grande Conflito, pág. 425).
A prova final demonstrará aos anjos e ao mundo que nada do que o maligno faça abalará os escolhidos de Deus. Cairão às pragas, ver-se-á destruição por todos os lados, os remidos enfrentarão a morte, mas, como Jó manter-se-ão firmes em sua integridade. Nada os pode fazer pecar. Guardarão “os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”. (Apocalipse, 14:12).
Através de toda a história do mundo, Deus tem tido seus fiéis. Tem suportado aflições mesmo em meio de grande tribulação. E mesmo em meio aos ataques de Satanás, como diz o apóstolo Paulo, praticaram a “justiça”.
“foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados  (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra”.(Heb, 11:37,38).
Além dessa lista de testemunhas fiéis, muitas das quais foram martirizadas por sua fé, Deus terá nos últimos dias um remanescente, um “pequeno rebanho”, por assim dizer, no qual e por meio do qual dará ao universo, provas de seu amor, poder e justiça que, com exceção da vida piedosa de Cristo na terra e seu supremo sacrifício no calvário, serão a demonstração mais vasta e concludente de todas as épocas.
Na última geração que viver na terra, ficará plenamente revelado o poder divino para a santificação. A manifestação desse poder é a reivindicação de Deus. Eliminará qualquer acusação que Satanás tenha apresentado contra ele. Na última geração o senhor será reivindicado, e Satanás derrotado. Talvez seja necessário ampliar isto um pouco mais.
A rebelião que se verificou no céu e introduziu o pecado no universo de Deus, deve ter sido terrível tanto para Ele e como para os anjos. Até certo momento, tudo fora paz e harmonia. Desconhecia-se a discórdia: prevalecia apenas o amor. Depois ambições profanas possuíram o coração de Lúcifer. Resolveu ser igual ao altíssimo. Elevaria seu trono acima das estrelas de Deus. Além disso, propunha-se sentar-se “no monte da congregação”, “da banda do lado do norte”. (Isa, 14:12-14). Essa asserção equivale a intentar depor a Deus de ocupar seu lugar. É uma declaração de guerra. Onde Deus se sentava, Satanás queria sentar-se. Deus aceitou o desafio.
 “Houve um tempo em que Satanás se encontrava em harmonia com Deus, quando era sua alegria executar os divinos mandamentos. Seu coração encontrava-se cheio de amor e regozijo em servir ao Criador, até que começou a imaginar que sua sabedoria não derivava de Deus, sendo antes inerente a ele próprio, e que ele era tão digno quanto Deus de receber honra e poder”. (Signs of the Times, 18 de setembro de 1893).
“O grande Criador convocou os exércitos celestiais para, na presença de todos os anjos, conferir honra especial a Seu Filho. O Filho estava assentado no trono com o Pai, e a multidão celestial de santos anjos reunida ao redor. O Pai então fez saber que, por Sua própria decisão, Cristo, Seu Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim que em qualquer lugar que estivesse presente Seu Filho, isto valeria pela Sua própria presença. A palavra do Filho devia ser obedecida tão prontamente como a palavra do Pai. Seu Filho foi por Ele investido com autoridade para comandar os exércitos celestiais. Especialmente devia Seu Filho trabalhar em união com Ele na projetada criação da Terra e de cada ser vivente que devia existir sobre ela. O Filho levaria a cabo Sua vontade e Seus propósitos, mas nada faria por Si mesmo. A vontade do Pai seria realizada nele”.(História da Redenção, pág. 13).
 (Satanás) “Tornou-se invejoso de Cristo e começou a semear entre os anjos que o honravam como querubim cobridor, o sentimento de que não recebera a honra que sua posição demandava”. (Review and Herald, 24 de fevereiro de 1874).
 “Mediante sutis insinuações de que Cristo usurpara o lugar que pertencia a ele, Lúcifer lançou as sementes da dúvida na mente de muitos dos anjos”. (Educational Messenger, 11 de setembro de 1908).
Os anjos deviam decidir-se a favor de Satanás ou contra ele. Em caso de rebelião há sempre um agravo, real ou imaginário, que se apresenta como pretexto. Surge em alguns o descontentamento, e ao não conseguirem remediar o mal, recorrem á rebelião. Os que simpatizam com a causa rebelde e a ela se unem, os demais permanecem leais ao governo e naturalmente corre o risco de perecer. O resultado foi á guerra.
“Houve no céu uma guerra, pelejando Miguel e seus anjos contra o dragão. O dragão e seus anjos pelejaram, e não prevaleceram; nem o seu lugar se achou mais no céu. foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, aquele que engana todo o mundo; sim, foi precipitado na terra, e precipitados com ele os seus anjos”. (Apocalipse, 12:7-9).
Satanás foi derrotado, mas não destruído. Por seu ato de rebelião declarara que o governo de Deus tinha falhas.
 “No início do grande conflito, declarara Satanás que a lei divina não podia ser obedecida, que a justiça era incompatível com a misericórdia”. (O Desejado de Todas as Nações, pág. 761).
Satanás pretendera possuir maior sabedoria e justiça do que Deus.
 “Deus, em Sua sabedoria, não expulsou Satanás imediatamente do Céu. Tal ato não haveria modificado seus planos, antes o teria fortalecido na rebelião, pois haver-lhe-ia acrescentado simpatia, como alguém com quem se lidara injustamente; e um maior número de anjos teria sido arrastado em rebelião junto com ele. Deveria ele receber mais tempo para o pleno desenvolvimento de seus princípios”. (Review and Herald, 9 de março de 1886).
 “Deus, em Sua grande misericórdia, suportou longamente a Satanás. Este não foi imediatamente degradado de sua posição elevada, quando a princípio condescendeu com o espírito de descontentamento, nem mesmo quando começou a apresentar suas falsas pretensões diante dos anjos fiéis. Muito tempo foi ele conservado no Céu. Reiteradas vezes lhe foi oferecido o perdão, sob a condição de que se arrependesse e submetesse”. (O Grande Conflito, págs. 495 e 496).
 “Nem mesmo os anjos fiéis reconheceram plenamente seu [de Lúcifer] caráter. Esta é a razão por que Deus não o destruiu imediatamente. Se o tivesse feito, os santos anjos não teriam percebido o amor e a justiça de Deus. Uma só dúvida quanto à bondade de Deus teria sido como má semente, que produziria o amargo fruto do pecado e da desgraça. Por isto foi poupado o autor do mal, para desenvolver plenamente seu caráter”. (Parábolas de Jesus, pág. 72).
 “Uma vez mais os anjos leais admoestaram Satanás, assegurando-lhe de quais seriam as consequências se persistisse em rebelião; que Aquele que criara os anjos poderia, mediante Seu poder, subverter toda a autoridade deles e a terrível rebelião. Exortaram os rebeldes a fecharem os ouvidos aos enganadores raciocínios de Satanás e aconselharam Satanás e todos os que por ele haviam sido afetados, a ir a Deus confessando seu erro em haverem permitido até mesmo o pensamento de questionar a Sua autoridade”. (The Spirit of Prophecy, vol. 1, pág. 20).
 “Muitos dos simpatizantes de Satanás ficaram inclinados a atender ao conselho dos anjos leais, para se arrependerem de sua insatisfação e readquirirem a confiança do Pai e de Seu Filho amado”. (The Spirit of Prophecy, vol. 1, págs. 20 e 21).
 “Mas ao orgulho, ao amor para com seu chefe, e ao desejo de uma liberdade sem restrições permitiu-se terem o domínio, e as instâncias do amor e misericórdia divinos foram finalmente rejeitadas”. (Patriarcas e Profetas, pág. 41).
 “Satanás apontou exultantemente a seus simpatizantes, que compreendiam quase metade dos anjos, e exclamou: "Esses estão comigo! Tu os expulsarás também, deixando um grande vazio no Céu?  Declarou então que se achava pronto a resistir à autoridade de Cristo, e a defender seu lugar no Céu pelo poder, força contra força. (The Spirit of Prophecy, vol. 1, pág. 22).
 “Quando foi anunciado que, juntamente com todos os que com ele simpatizavam, deveria ser expulso das habitações de bem-aventurança, o líder rebelde confessou então ousadamente seu desdém pela lei do Criador. O conhecimento possuído por Satanás e os que com ele caíram, quanto ao caráter de Deus, de Sua bondade, misericórdia, sabedoria e excelente glória, tornou imperdoável a culpa dos rebeldes”. (Review and Herald, 24 de fevereiro de 1874).
Durante os últimos seis mil anos, Deus tem demonstrado ao universo o que fará quando lhe oferecer ensejo. Permitiu que essa demonstração continuasse. E o que tem sido ela? Desde que Caim matou a Abel, tem havido ódio, derramamento de sangue, crueldade e opressão na terra. Tem-se espezinhado a virtude, a bondade e a justiça; o vicio, a vileza e a corrupção têm triunfado. O justo tem sido presa do mau; os mensageiros de Deus, torturados e mortos; a lei de Deus calçada no pó. Quando Deus enviou seu filho, em vez de honra-lo, os homens perversos, sob instigação de Satanás, o penduraram num madeiro. Mesmo então Deus não destruiu a Satanás. A demonstração devia ser completa.
 “Para os anjos e os mundos não caídos, o brado: "Está consumado" teve profunda significação. Fora em seu benefício, bem como no nosso, que se operara a grande obra da redenção. Juntamente conosco, compartilham eles os frutos da vitória de Cristo. Até a morte de Jesus, o caráter de Satanás não fora ainda claramente revelado aos anjos e mundos não caídos. O arqui-apóstata se revestira por tal forma de engano, que mesmo os santos seres não lhe compreenderam os princípios”. (O Desejado de Todas as Nações, pág. 758).
“Derramando o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se Satanás das simpatias dos seres celestiais. Daí em diante sua obra seria restrita. Qualquer que fosse a atitude que tomasse, não mais podia esperar os anjos ao virem das cortes celestiais, nem perante eles acusar os irmãos de Cristo de terem vestes de trevas e contaminação de pecado. Estavam rotos os derradeiros laços de simpatia entre Satanás e o mundo celestial. Todavia, Satanás não foi então destruído. Os anjos não perceberam, nem mesmo aí, tudo quanto se achava envolvido no grande conflito. Os princípios em jogo deviam ser mais plenamente revelados. E por amor do homem, devia continuar a existência de Satanás”.
(O Desejado de Todas as Nações, pág. 761).
Unicamente quando se realizarem os últimos acontecimento e os homens estiver aponto de exterminar uns aos outros, ele intervirá para salvar os seus. Então não estará duvida no espírito de ninguém de que, se Satanás houvesse assumido o poder, teria destruído todo vestígio de bondade, arrojado a Deus do trono, dado a morte de seu filho, estabelecendo um reino de violência, fundado no egoísmo e na cruel ambição.
O que Satanás tem estado patenteando é realmente seu caráter, e a que ponto pode levar a ambição egoísta. A principio quis ser como Deus. Não estava satisfeito com a sua posição como o mais elevado dos seres criados. Queria ser Deus. E as provas tem revelado que, quando uma pessoa fixa um alvo egoísta, não se deterá ante obstáculo algum para alcançá-lo. Quem quer que lhe oponha, terá de ser tirado do caminho. Embora seja o próprio Deus deverá ser eliminado.
A demonstração ensina também que a alta posição não é satisfatória para o individuo ambicioso. Precisa alcançar a mais elevada, e ainda assim não se contenta. A pessoa de posição humilde é tentada a crer que estaria satisfeita se sua situação melhorasse. Está pelo menos segura de que ficaria contente se alcançasse a mais alta posição possível. Mais ficaria de fato? Mais isso não lhe agradou. Queria outra mais elevada ainda. Desejava ser o próprio Deus.
A esse respeito é muito frisante o contraste entre Cristo e Satanás. Este queria ser Deus. E desejava-o tanto que estava disposto a fazer qualquer coisa para alcançar o alvo. Cristo, por outro lado, “não julgou que o ser igual a Deus fosse coisa de que não devesse abrir mão” “humilhou-se, voluntariamente tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. Era o filho de Deus e se fez homem. E que isso não era uma condescendência temporária, tão só com o intuito de mostrar Sua boa vontade, se evidencia pelo fato de que “Cristo levou consigo para as cortes celestes a Sua glorificada humanidade”. (A Ciência do Bom Viver, pág. 421). Continuará para sempre como homem. 
Satanás exaltou-se a si mesmo, Cristo se humilhou. Satanás quis ser Deus, Cristo se fez homem. Satanás quis sentar-se como Deus num trono; Cristo, como servo se humilhou a lavar os pés dos discípulos. O contraste é completo.
No céu, Lúcifer era o primeiro um dos querubins cobridores. (Ezeq, 28:14; Patriarcas e Profetas, pág. 35). Isso parece referir aos dois anjos que, no lugar santíssimo do santuário, estavam sobre a arca, cobrindo o propiciatório. Esse era indubitavelmente o cargo mais elevado que um anjo podia ocupar, porque a arca e o propiciatório estavam na presença imediata de Deus. Esses anjos eram os guardadores da lei. Velava sobre ele por assim dizer. Lúcifer era um deles.

 “Lúcifer, no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus”. (História da Redenção, pág. 13).
Em Ezequiel 28:12, há interessante asserção acerca de Lúcifer: “tu eras o selo da simetria e a perfeição da sabedoria e da formosura”.(Trad. Brás.) A expressão para qual queremos chamar a atenção é:“tu eras o selo da simetria”. O significado disso não é muito claro. Pode-se interpretar de varias formas. Parece evidente, no entanto, que se propõe demonstrar a alta posição e o exaltado privilegio que tinha Satanás antes de cair. Era uma espécie de primeiro ministro, guarda do selo. Como num governo terrestre um documento ou uma lei deve ter um selo para ser valido, assim também no de Deus se usa um selo. Parece ter ele dado aos anjos sua obra assim como a designou ao homem. Um anjo está encarregado do fogo. (Apoc. 14:18) Outro tem domínio sobre as aguas. (Apoc. 16:5) Outro tem a seu cargo “o selo do Deus vivo” (Apoc. 7:2) Embora como já dissemos, não seja muito clara a expressão de Ezequiel 28:12, alguns se sentem justificados a traduzi-la assim: “tu aplicavas o selo ao mandamento”. Se isso é sustentável, e Lúcifer era o primeiro ministro e guarda do selo, eis ai mais um motivo por que desejou colocar sua própria marca em lugar do selo de Deus, quando abandonou sua primeira morada.
Que tem Satanás estado muito ativo contra a lei de Deus é evidente. Se a lei de Deus é o reflexo do seu caráter, e se esse caráter é o oposto do de Satanás, este é por ela condenado. Cristo e a lei são um. Ele é a lei vivida, a lei feita carne. Por esse motivo sua vida constitui uma condenação. Quando Satanás fez guerra a Cristo, combateu também a lei. Ao odiar a lei, aborreceu a Cristo. Cristo e a lei são inseparáveis. No Salmo. 40:8. Diz:
 "Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a Tua lei está dentro do Meu coração." Paulo em Hebreus 10:7, aplica esta passagem a Cristo. Apunhalar a lei é apunhalar o coração de Cristo. Apunhalar o coração de Cristo é apunhalar a lei. Na cruz Satanás o intentou. Mas Deus queria que fosse de outra maneira. A morte de Cristo foi um tributo à lei. Engrandecia-a sobremaneira e a tornava gloriosa. Deu aos homens nova visão de seu caráter sagrado e de seu valor. Se Deus permitia que seu filho morresse; se Cristo se entregava voluntariamente, de preferência a ab-rogar a lei; se “é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da lei” (Luc. 16:17). Quão sagrada e digna de honra é a lei!

Ao ser Cristo, obediente até à morte, demonstrara em sua vida a possibilidade de guardar a lei. Satanás não conseguira induzi-lo a pecar. Se ele o houvesse feito, Satanás poderia ter sustentado que isso invalidaria a demonstração que se propunha efetuar, a saber, de que ao homem é possível guardar a lei. Da maneira em que sucedeu, Satanás foi derrotado. Satanás sabia que ao morrer Cristo sem que se houvesse podido fazê-lo pecar, estava selada sua própria condenação. Ao morrer, Cristo triunfou.  Satanás, porem, não renunciou a luta. Fracassara com Cristo, mas podia ainda ter êxito com os homens.  “Foi assim fazer guerra aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo”. (Apocalipse, 12:17).
A demonstração que Deus se propõe efetuar com a última geração na terra significa muito, tanto para o povo como para Ele. Pode-se observar a lei divina? Essa é uma questão vital. Muitos negam que se possa cumpri-la, outros dizem voluvelmente que se pode fazê-lo. Ao considerar-se toda a questão da observância da lei, o problema assume grandes proporções. A lei divina é excessiva ampla; abrange os pensamentos e intentos do coração. Julga tanto os motivos quanto os atos, os pensamentos como as palavras.
A guarda dos mandamentos significa completa santificação, vida santa, inquebrantável fidelidade à retidão, afastamento completo do pecado e vitória sobre ele. Bem pode exclamar o mortal: para essas coisas quem é idôneo!
No entanto, é essa a tarefa que Deus se propôs e espera realizar.
“Desde o início do grande conflito tem-se ele [Satanás] esforçado por provar que os princípios pelos quais Deus age são egoístas, e da mesma maneira ele considera a todos os que servem a Deus. A obra de Cristo e a de todos os que adotam o Seu nome, tem por fim refutar esta pretensão de Satanás”. (Educação, pág. 154).
Quando terminar o grande conflito Deus dirá a Satanás: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”. (Apoc. 14:12).
Não é plano de Deus nem parte de seu desígnio submeter os homens a provas em que possam sobreviver unicamente alguns poucos escolhidos. No jardim do Éden, não podia Ele idear prova mais fácil do que a que planejou. Ninguém terá jamais motivo de dizer que nossos primeiros pais caíram, porque a prova era demasiada difícil para eles. Era a mais leve que se podia imaginar. Se caíram, não foi porque não se lhes houvesse dado poder para resistir. Não se permitia a Satanás tenta-los em toda parte. Podia ter acesso a eles apenas junto a arvore da ciência do bem e do mal.
Ao ordenar Deus aos homens que guardem a Sua lei, não cumpre o propósito de Sua vontade o ter somente uns poucos que a observem precisamente o suficiente para demonstrar que se pode fazê-lo. Não está de acordo com o seu caráter escolher homens preeminentes, de propósitos firmes e magnífico preparo, demonstrando por eles o que pode realizar. Está muito mais em harmonia com o seu plano tornar seus reclamos tais que mesmo os mais fracos não precisem fracassar, de maneira que ninguém possa dizer que Deus pede o que apenas uns poucos podem fazer. Por esse motivo reservou Ele sua maior demonstração para a última geração. Esta sofre as consequências dos pecados de todas as gerações. Se existem fracos, são os membros desta geração. Se há quem sofre as tendências herdadas, são eles. Se alguns têm escusa por qualquer fraqueza, são eles. Se, portanto, podem guardar os mandamentos, ninguém de nenhuma outra geração tem desculpa por não o haver feito.
Mas isso não basta. Deus se propõe revelar em sua demonstração, não só que os homens comuns da última geração podem suportar com êxito a prova como a que deu a Adão, mas que subsistirão a outra muito mais difícil do que a que toca aos homens comuns. Será comparável a que Jó suportou, e a que o mestre sofreu.

 “Ouvistes qual foi á paciência de Jó e vistes o fim que o senhor lhe deu; porque o senhor é muito misericordioso e piedoso”. (Tia 5:11).
“Era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal”. (Jó 1:1).
 “Era o maior de todos os do oriente”. (Jó 1:3).
 “Chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra deus em seu coração. assim o fazia Jó continuamente”. (Jó 1:5).
Deus disse que “ninguém na terra era semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal”. (Jó 1:8).
 Então num dia “em que os anjos de Deus foram apresentar-se perante o Senhor, Satanás foi também entre eles (Jó 1:6), não para curvar-se perante o Rei eterno, mas para favorecer seus maldosos intentos contra os justos”. (O Grande Conflito, pág. 518).
Satanás alegou que Jó era fiel a porque Deus o beneficiava. Então propõe um desafio para provar a fidelidade de Jó, e Deus o aceita. Satanás sai imediatamente a fazer o que se lhe permitiu. Satanás tirou toda a riqueza de Jó, matou a seus filhos, e tirou-lhe a saúde.
“Em tudo isto não pecou Jó”.(Jó 2;10). Satanás foi derrotado. Jó permaneceu firme sob intensa dor física e angustia mental. Nos capítulos seguintes do livro de Jó é nos dado um pequeno vislumbre da luta que se trava em seu espírito. Está muito perplexo. Porque lhe sobreveio toda essa calamidade? Não tem conhecimento de nenhum pecado. Portanto porque lhe aflige Deus? Sem duvida nada sabe do desafio de Satanás. Não sabe também que Deus nele confia na crise por que está passando. Tudo que sabe é que de um céu sereno lhe sobreveio calamidades até que ficou sem família, sem riquezas, e com asquerosa moléstia que quase o consome. Não o entende, mas conserva sua integridade e fé em Deus. O senhor sabia que Jó faria isso. Mas Satanás dissera que não faria. No desafio Deus triunfou.
Jó não merecera o sofrimento que sobre ele viera. O próprio Deus disse: “Ele conserva a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa”. (Jó 2;3). Portanto toda a experiência de Jó se justifica unicamente quando se considera como prova especifica, ideada com propósito especifico. Deus queria fazer silenciar a acusação de Satanás, de que Jó o servia unicamente para proveito próprio.
Os filhos de Deus que viverão nos últimos dias, passarão por experiências idênticas a de Jó.
 “Quando Jesus deixar o Santíssimo, Seu Espírito refreador será retirado dos governantes e do povo. Serão deixados ao controle dos anjos maus. Então serão feitas, por conselho e direção de Satanás, leis que, se não fosse muito breve o tempo, nenhuma carne se salvaria”. (Testemunhos Seletos vol. I pág. 74).
 "Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no santuário celestial deverão sem mediador estar em pé na presença do Deus santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles ser vencedores na batalha contra o mal". (O Grande Conflito, pág. 425).
Estará perplexo como Jó. Mas, como ele, se manterá firme em sua integridade.
Na última geração Deus será reivindicado. No remanescente encontrará Satanás sua derrota. A acusação de que a lei não pode ser obedecida, será refutada. Será não somente uma ou duas pessoas, que observa os mandamentos, mas todo um grupo denominado os 144.000.
 “Muitos não compreendem o que devem ser a fim de viverem à vista do Senhor sem um sumo sacerdote no santuário, durante o tempo de angústia. Os que hão de receber o selo do Deus vivo, e ser protegidos, no tempo de angústia, devem refletir completamente a imagem de Jesus”.
(Primeiros Escritos, pág. 71).
Desmentirão a acusação de Satanás contra o governo do céu.
Situação grave ocasionaram no céu as acusações de Satanás contra Deus. Constituíram uma acusação de que de incapacidade de governar o universo. Muitos dos anjos creram nelas. Colocaram-se ao lado do acusador. A terça parte dos anjos, que deve ser milhões, considerou a Deus justamente como fizera o seu chefe, o elevado entre eles, Lúcifer. Não foi pequena crise. Ameaçava a própria existência do governo divino. Como devia Deus tratá-la? A única maneira de resolver satisfatoriamente o assunto, para que nunca mais surgisse uma dúvida, consistia em que Deus submetesse o caso ás regras comuns da evidência. Era ou não justo seu governo? Afirmava ele que sim, Satanás disse que não. O senhor podia ter destruído a Satanás. Isso, porem, não teria sido um argumento, ou melhor, seria uma prova contra Deus. Não havia outra maneira senão a de apresentarem os partidos suas evidências, seus testemunhos, e deixarem pesar seus casos pelas provas aduzidas. Temos, pois, a sena do juízo. Está em jogo o governo divino. Satanás é o acusador; Deus mesmo é o acusado e está em julgamento. Foi acusado de injustiça, de exigir que suas criaturas façam o que lhes é impossível, e de castigá-las, no entanto por não o fazerem. A lei é o ponto especifico de ataque; sendo, porem, simplesmente um transunto do caráter divino, Deus e seu caráter estão sendo julgados.
A fim de que Deus prove sua inocência, é necessário demonstrar que não foi arbitrário em seus reclamos, que a lei não é dura nem cruel em suas exigências, mas, pelo contrario, é santa, justa e boa, e que os homens pode guarda-la. Todo o necessário é que Deus apresente um homem que tenha guardado a lei, e sua causa estará ganha. O resultado depende, portanto, de um ou mais seres que guardem os mandamentos divinos. Nisso pôs em jogo seu governo. "Todo o Céu está esperando para ouvir-nos reivindicar a lei de Deus." (RH 16 abril 1901).
Embora seja verdade que, de quando em quando, muitos tenham dedicado suas vidas a Deus e vivido sem pecado, em certo período de tempo, Satanás afirma serem esses casos especiais, como era o caso de Jó, e não estarem sob as regras comuns. Exige um caso bem definido em que não possa haver duvida e em que Deus não tenha intervindo. Pode-se apresentar um exemplo assim? Deus está pronto para o desafio. Esteve aguardando seu tempo. O filho de Deus enfrentou as acusações de Satanás e demonstrou que eram falsas. A manifestação suprema foi reservada para a contenda final. Da última geração Deus elegerá seus escolhidos. Não os fortes ou poderosos, não aos que gozam honras e riquezas, não aos sábios e elevados, mas, tão só a pessoas comuns escolherá Deus e, por seu intermédio, fará sua demonstração. Satanás asseverou que os que, no passado, serviram a Deus, o fizeram por motivos mercenários, que os protegeu e que ele, Satanás, não teve livre acesso a eles. Se lhe tivesse concedido plena permissão para apresentar sua causa, eles também teriam sido ganho para ela. Mas Deus teve medo para permiti-lhe que o fizesse, alega Satanás. Dai-me oportunidade justa, diz ele, e eu vencerei.
E assim para fazer silenciar para sempre as acusações de satanás; para tornar claro que seu povo o serve por motivos de lealdade e equidade sem considerar recompensa; para defender seu próprio nome e caráter das acusações de injustiça e arbitrariedade; para demonstrar aos anjos e aos homens que sua lei pode ser observada pelos homens mais débeis, nas circunstancias mais desalentadoras e difíceis – Deus permite a Satanás que prove seu povo até ao máximo. Serão ameaçados, torturados, e perseguidos. Estarão face a face com a morte, quando for promulgado o decreto de adorar a besta e sua imagem. (Apoc. 13:15). Mas não cederão. Estarão dispostos a morrer de preferência a pecar.
Deus retira seu Espírito da terra. Satanás terá maior medida de domínio que nunca teve dantes. É certo que não poderá matar o povo de Deus, mas, esta será quase a única limitação. Fará tudo que lhe for permitido. Sabe quanto está em jogo. É agora ou nunca. Deus faz mais uma coisa. Aparentemente se oculta. Fecha-se o santuário celestial. Os santos clamam dia e noite por sua libertação, mas Ele parece não ouvir. Seus escolhidos estão passando pelo Getsêmane. Provam um pouco do que experimentou Cristo, durante aquelas três horas na cruz. Aparentemente devem ferir sozinhos na batalha. Devem viver a vista de um Deus santo sem intercessor. Mas embora Cristo tenha terminado sua intercessão, de maneira que ninguém mais possa alcançar o perdão dos pecados, os santos são o objetivo de cuidado e amor divinos. Santos anjos velam sobre eles. Deus lhe provê refugio de seus inimigos; concede-lhe alimento; livra-os da destruição e proporciona-lhes graça e poder para viver santamente. (Ver Salmo 91). No entanto, estão ainda no mundo, tentados, aflitos e atormentados.
Resistirão à prova? Aos olhos humanos parece impossível. Se tão somente Deus viesse em seu auxilio, tudo iria bem. Estão resolvidos a resistir ao maligno. Podem morrer se necessário, mas não precisam pecar. Satanás não tem poder nem jamais o teve para fazer homem algum pecar. Pode tenta-lo, destruí-lo, ameaça-lo; mas não pode força-lo a transgredir. E agora Deus prova pelos mais fracos que não há escusa, nem houve jamais, para o pecado. Se os da última geração podem repelir com êxito o ataque de Satanás; se podem fazê-lo tendo contra si todas as desvantagens e fechado o santuário, que desculpa há para que os homens tenham alguma vez pecado?
Na última geração, Deus prova, afinal, que os homens podem observar a lei divina e viver sem transgredir. Deus nada deixa por fazer, a fim de completar a demonstração. A única limitação que impõe a Satanás é que não pode matar os santos de Deus. Pode tenta-los, persegui-los e ameaça-los; e ele faz quanto lhe é permitido. Mas fracassa. Não lhe é possível lava-los a pecar. Resistem à prova, e Deus põe seu selo sobre eles.
“Os que vencem o mundo, a carne e o diabo, serão os agraciados que receberão o selo do Deus vivo. Aqueles cujas mãos não são limpas, cujo coração não é puro, não terá o selo do Deus vivo”. (Obreiros Evangélicos. Pág. 445).
Mediante a última geração de santos, Deus é finalmente reivindicado. Por meio deles derrota a Satanás e ganha o pleito. Formam eles uma parte vital do plano divino. Passam por lutas terríveis; combatem contra as potestades invisíveis nos lugares celestiais. Mas puseram sua confiança no altíssimo, e não serão confundidos. Passaram fome e sede, mas chegará o tempo em que “jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima”. (Apoc. 7:16,17). Cantam um "cântico novo diante do trono - cântico que ninguém podia aprender senão os cento e quarenta e quatro mil. É o hino de Moisés e do Cordeiro - hino de livramento. Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência - e nunca ninguém teve experiência semelhante. "Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá". (Apoc. 14:1-5. Eventos finais, pág. 268).
No santo templo celeste, "Somente os 144.000 entram", (Primeiros Escritos, Pág. 19).
Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, teve experiência semelhante.
Pois “Quando Jesus deixar o Santíssimo, Seu Espírito refreador será retirado dos governantes e do povo. Serão deixados ao controle dos anjos maus. Então serão feitas, por conselho e direção de Satanás, leis que, se não fosse muito breve o tempo, nenhuma carne se salvaria”. (Testemunhos Seletos vol. I pág. 74). E "Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no santuário celestial deverão sem mediador estar em pé na presença do Deus santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles ser vencedores na batalha contra o mal". (O Grande Conflito, pág. 425).
O assunto de maior relevância no universo não é a salvação dos homens, por importante que pareça. O essencial é que o nome de Deus seja defendido das falsas acusações feitas por Satanás. O conflito se aproxima do fim. Deus está preparando seu povo para o último grande embate. Satanás também se está preparando. A crise nos espera e decidir-se-á na vida do povo de Deus. Este em nós confia como confiou em Jó. Está bem colocada sua confiança? É admirável o privilégio que nos é concedido de, como povo, justificar o nome de Deus por nosso testemunho. É maravilhoso que se nos permita testificar em favor dEle. Nunca se deve olvidar, no entanto, que esse testemunho é o da vida, não simplesmente das palavras. Em Cristo
estava a vida e a vida era a luz dos homens” (João 1:4).
Assim foi no caso de Cristo, e deve ser em nosso caso. Nossa vida deve ser uma luz como o era a sua. Transmitir luz ao povo é mais do que entregar-lhe um folheto. Nossa vida é a luz. Ao vivermos transmitimos luz aos outros. Sem vida, sem viver a luz, nossas palavras ficam isoladas. Mas quando nossa vida se torna luz, nossas palavras são eficazes. É nossa vida que deve testificar em favor de Deus.
Oxalá a igreja aprecie o excelso privilégio que lhe é concedido!

vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor” (Isa. 43:10).
Oxalá sejamos devera testemunhas, e testifiquemos do que fez por nós!
Tudo isso está intimamente relacionado com a obra do dia da expiação. Naquele dia, os filhos de Israel, tendo confessado os pecados, ficavam completamente purificados. Havia sido perdoados, e agora o pecado era separado deles. Tornavam santos e irrepreensíveis. Ficava purificado o acampamento de Israel.
“Vivemos hoje no grande dia da expiação. No cerimonial típico, enquanto o sumo sacerdote fazia expiação por Israel, exigia-se de todos que afligissem a alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor, para que não acontecesse serem extirpados dentre o povo. De igual modo, todos quantos desejem seja seus nomes conservados no livro da vida devem agora, nos poucos dias de graça que restam afligir a alma diante de Deus, em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro. Deve haver um exame de coração, profundo e fiel. O espírito leviano e frívolo, alimentado por tantos cristãos professos, deve ser deixado. Há uma luta intensa diante de todos os que desejam subjugar as más tendências que lutam pelo predomínio”. (Cristo em Seu Santuário, págs. 118, 119).
“Quando alguém tem pecados que permaneçam nos livros de registro, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do livro da vida”. (O Grande Conflito, Pág. 483).
"As reivindicações de Deus são colocadas numa balança, e o caráter do homem na outra; e pelas balanças do santuário celestial a sorte de cada homem é fixada para a eternidade". "Os homens são pesados na balança e achados em falta quando estão vivendo na prática de qualquer pecado conhecido". (Testemunhos Para Ministros, p. 439, 440).
 “Vosso caráter moral está sendo examinado diante de Deus. Estais sendo pesados na balança do santuário, e, se vossa espiritualidade não corresponde aos benefícios e privilégios que vos são conferidos, sereis achados em falta”. (Este Dia Com Deus, pág. 292)
 “Cristo virá em breve, sobre as nuvens do céu, e devemos estar preparados para recebê-Lo, sem termos mácula, nem ruga, nem coisa semelhante. … O poder de Deus para converter, tem de atuar em nosso coração. Temos de estudar a vida de Cristo e imitar o Modelo divino. Temos de demorar o pensamento na perfeição de Seu caráter, e ser transformados em Sua imagem. Não entrará no reino de Deus ninguém cuja vontade não tenha sido levada em cativeiro à vontade de Cristo... O Céu é isento de todo pecado, de toda contaminação e impureza; e se quisermos viver em sua atmosfera, se quisermos contemplar a glória de Cristo, temos de ser puros de coração, perfeitos no caráter, por Sua graça e justiça...  Oh, quão felizes se sentirão os que se tiverem preparado para a ceia das bodas do Cordeiro, achando-se revestidos da justiça de Cristo e refletindo-Lhe a amável imagem! Estarão envergando as puras vestes brancas, que são a justiça dos santos, e Cristo os guiará para junto das águas vivas; Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e terão uma vida que corre paralela com a vida de Deus”. (Nos Lugares Celestiais, pág. 292).
“Ouvi, vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós que estais vizinhos, conhecei o meu poder, os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas, quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? quem dentre nós habitará com as labaredas eternas? O que anda em justiça e que fala com retidão, que arremessa para longe de si o ganho de opressões, que sacode das suas mãos todo o presente; que tapa os ouvidos para não ouvir falar de sangue e fecha os olhos para não ver o mal, este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, e as suas águas serão certas”. (Isa. 33:13-16).
Capítulo extra:
Reforma de hábitos alimentares. - Seu objetivo.

 “Satanás está constantemente alerta, para submeter á humanidade inteiramente ao seu controle. Seu mais forte poder sobre o homem exerce-se através do apetite, e este procura ele estimular de todos os modos possíveis”. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 150).
Se debilitarmos essas faculdades da mente e do corpo em virtude de hábitos errôneos ou tolerância para com o apetite pervertido, ser-nos-á impossível honrar a Deus como é nosso dever. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 21).
O uso de estimulantes é danoso a saúde e tem influencia obscurecedora sobre o cérebro, tornando-lhe impossível apreciar as coisas eternas. Manteiga e carne são estimulantes. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 48).
O alimento que Deus deu a Adão em seu estado isento de pecado, é o melhor para o uso do homem, ao buscar ele reaver esse estado de pureza. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 460).
Cereais e frutas preparados sem gordura, e no estado mais natural possível, devem ser o alimento para as mesas de todos os que professam estar-se preparando para a trasladação ao Céu. Quanto menos estimulante o alimento, tanto mais facilmente podem as paixões ser dominadas. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 64).
A luz que Deus proporcionou sobre a reforma de saúde é para nossa salvação. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 461).
Vi que nosso Pai celestial nos concedeu a grande bênção da luz sobre a reforma de saúde, para que possamos atender aos reclamos que Ele tem sobre nós, e glorificá-Lo em nosso corpo e espírito, os quais Lhe pertencem, e finalmente estar sem mancha diante do trono de Deus. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 51).
A intemperança no comer, mesmo de comida saudável exercerá debilitante influencia sobre o organismo embotando as mais vivas e santas emoções; Deus não pode deixar que seu Espírito Santo repouse sobre os que embora sabendo o que devem comer para ter saúde persistem numa conduta que enfraquecerá o corpo e a mente. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 55).
Insisto em que os que estão tomando atitude neutra quanto à reforma de saúde se convertam. Preciosa é esta luz, e o Senhor dá-me a mensagem de instar para que todos que têm responsabilidades em qualquer ramo da obra de Deus cuidem que essa verdade tenha ascendência no coração e na vida. Unicamente assim pode alguém enfrentar as tentações que seguramente há de encontrar no mundo. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 453).

"Os que se atêm às suas preferências, comendo e bebendo o que lhes apraz, a pouco e pouco se tornarão descuidosos das instruções que o Senhor lhes deu no tocante às outras verdades e serão por fim incapazes de discernir a verdade, colhendo o que semearam."
(Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 403).
Homem algum deve ser separado como mestre do povo enquanto seu ensino ou exemplo contradiz o testemunho que Deus deu a Seus servos para apresentar relativamente ao regime, pois isto trará confusão. Sua desconsideração da reforma de saúde desqualifica-o para levantar-se como mensageiro do Senhor. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 454).


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